18/03/15 – A Tarde Online
Funcionários dos Correios entram em greve após assembleia
Thaís Seixas
Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos realizam na tarde desta quarta-feira, 18, às 15h30, uma passeata no centro da cidade, em protesto contra a privatização da empresa e outras reivindicações. A caminhada tem início no Campo Grande e segue até a Praça da Sé.
A categoria inicou uma greve por tempo indeterminado na noite de terça, 17, após uma assembleia com a participação de aproximadamente 250 trabalhadores, realizada na Praça da Inglaterra, no bairro do Comércio.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da Bahia (Sincotelba), Josué Canto, o movimento nacional já teve adesão de trabalhadores em várias cidades brasileiras.
Ele ressalta que a principal reclamação dos funcionários é a possível privatização dos Correios. Além disto, o presidente citou o rombo no Postalis, fundo de pensão dos trabalhadores, que vai gerar uma reajuste de mais de 500% no desconto em folha.
“Estão querendo tirar da população mais uma empresa pública que será passada para o capital. Além disto, pagamos 3,94% do salário para nossa pensão e, a partir de abril, vão descontar 25,98%. Até o momento a empresa não conversa e não chama os trabalhadores para resolver nada”, denuncia o sindicalista.
Em nota enviada ao A TARDE, os Correios informaram que, caso fosse deflagrada a greve, adotariam “as medidas necessárias para garantir a continuidade de todos os serviços, com realocação de empregados de outras unidades e realização de horas extras”. Além disto, a empresa negou que haja um plano de privatização.
“Esclarecemos ainda que não há perda de direitos trabalhistas. Os assuntos desta natureza vêm sendo negociados entre os Correios e as representações dos trabalhadores, inclusive com mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Bem como, não existem planos para privatização da empresa. No início deste ano a estatal apresentou um projeto de reestruturação interna, que não possui qualquer relação com o capital dos Correios, que permanece 100% público”.