PF Honorato Viana vive “crônica de uma morte anunciada”

A diretoria do Sindsefaz visitou nesta quinta (05) o Posto Fiscal Honorato Viana, que fica na BR 324, no território do município de Candeias. E assim como ocorreu no Benito Gama e no Jaime Baleeiro, em Vitória da Conquista e Urandi, respectivamente, que visitamos há duas semanas, o retrato é o mesmo: caos.

Os problemas se repetem, com o agravante de que essa é em uma unidade localizada a apenas 33 km de Salvador. Os móveis estão velhos e em número insuficiente. Os prédios estão em péssimo estado de conservação, com rachaduras e o telhado deteriorado. Os equipamentos estão obsoletos, com a balança de pesagem sem funcionamento automático e o gerador acionado de forma manual. A internet é intermitente e os sistemas lentos, ocasionando estresse no atendimento aos caminhoneiros.

Os servidores reclamam também dos dormitórios, que são de qualidade baixa, sem roupa de cama e banho, que precisa ser levada de casa por cada um no seu plantão. A zeladoria é precária. O mato toma conta do entorno do posto e as pistas de rolamento estão cheias de buracos. Na saída do PF, no sentido Feira-Salvador, os caminhões fazem um malabarismo para se livrar de uma “cratera” que cresce com o passar dos dias. É comum faltar água, pois o tanque comporta apenas 2 mil litros.

   

Além destes problemas estruturais, o número de servidores no posto se aproxima hoje da metade do que é necessário para os plantões. Na equipe que estava no posto nesta quinta (05), há um déficit de cinco fiscais. O saldo disso é a sobrecarga de trabalho e o estresse, agravado principalmente às segundas-feiras pela manhã, quando o número de caminhões é muito maior que o normal.

Insegurança

Há outro problema que há muito os colegas reclamam, que é a travessia de um lado para o outro da pista. Para lembrar, o alojamento e o refeitório ficam no sentido Salvador-Feira. Não há uma passarela, radar de velocidade ou redutor na pista. Assim, os servidores enfrentam o risco ao atravessar a BR, com veículos passando a mais de 100 km/h, conforme presenciamos no pouco tempo em que ficamos lá.

Há outros fatores de insegurança. Com o mato tomando conta das áreas externas, é comum aparecerem cobras, tanto que à noite ninguém arrisca ir ao local onde fica o comando manual da balança de pesagem. Um servidor terceirizado foi picado outro dia por uma jararaca. Outro problema é que como não há estacionamento para os caminhões, os mesmos param bem em frente ao prédio do posto. No dia 19 de maio passado, um caminhão quase pega fogo há menos de dois metros de onde trabalham os fiscais. O corpo de bombeiros foi acionado e por pouco uma tragédia maior não aconteceu.

Esvaziado e sucateado, o PF Honorato Viana caminha a passos largos para fazer companhia ao João Durval, ao Francisco Presídio e a outros postos, que foram fechados ao longo da última década, em um plano sequencial de desmantelamento do Trânsito de Mercadorias, que se somou ainda a diversas inspetorias que foram desativadas nos últimos anos.

Salvador, 06 de junho de 2025 | Boletim 3186

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