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Cristina Ravazzano e Gilvânia Martins – Prevenção e combate à covid-19 com uso de medicamentos homeopáticos

Entrevista

1) Vivemos um momento difícil, com uma pandemia que já matou mais de 400 mil pessoas no mundo, sendo 40 mil no Brasil. Como a homeopatia pode ajudar na prevenção e tratamento dos adoecidos por covid-19?

Cristina Ravazzano – A Homeopatia é uma terapêutica desenvolvida há 220 anos e uma especialidade médica no Brasil desde 1980. Historicamente a Homeopatia demonstrou êxitos na abordagem de várias epidemias. O criador da Homeopatia, Samuel Hahnemann, descreveu o êxito que teve no emprego de Belladonna na cura e profilaxia numa epidemia de Escarlatina em 1799. O mesmo êxito foi corroborado por outros médicos usando o mesmo medicamento numa nova epidemia da doença na década de 1820. A mesma eficácia foi observada em outras epidemias onde foram prescritos medicamentos homeopáticos como, por exemplo, nas epidemias de cólera asiática em 1831-1832 e 1849 na Europa, difteria em Nova Iorque entre 1862-1864, gripe espanhola nos EUA em 1921 e aqui no Brasil com dengue entre 2008-20121,2, bem como em dezenas de exemplos exitosos na profilaxia de epidemias.

2) A Associação Médica Homeopática Brasileira realizou um estudo sobre homeopatia e prevenção da Covid-19. Já existem confirmações científicas dos resultados positivos do uso dos medicamentos homeopáticos em pacientes com covid-19?

Cristina Ravazzano – Existe um estudo preliminar de avaliação do primeiro estágio da epidemia de Covid-19. Segundo as normas da ciência contemporânea, precisaríamos de um número maior de pacientes para se chegar a um ponto de saturação de sintomas. A amostragem por saturação é uma ferramenta conceitual frequentemente empregada nos relatórios de investigações qualitativas em diferentes áreas no campo da Saúde, entre outras. É usada para estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amostra em estudo, interrompendo a captação de novos componentes. Porém, pela nossa experiência, avaliando 27 pacientes com diagnóstico laboratorial de Covid-19, o ponto de saturação nessa epidemia foi conseguido já com esses pacientes, pois em cada novo caso, os sintomas primordiais se repetiam com poucas variações. Os medicamentos que chegamos neste relatório não devem ser considerados como definitivos, pois há muitas variáveis que podem modificar a manifestação de uma epidemia numa população como, por ex., ambientais, nutricionais, genéticas, faixa etária da população, etc. Também o vírus pode ter carga gênica diferente ou pode mutar, como já se observou nos primeiros casos da doença no Brasil, podendo gerar sintomas diferentes, conforme temos observado comparando nossos sintomas com os de outros países. Deste modo, os “gênios epidêmicos” podem modificar com o tempo dependendo da região do Brasil. Consideramos este trabalho como ponto de partida para novos estudos clínicos. É fundamental que sejam elaborados protocolos científicos, tanto a nível ambulatorial como hospitalar, que possam validar as informações e dados aqui contidos. Continuamos assim, contando com a colaboração da comunidade de médicos homeopatas do Brasil para esse feito.

3) Qual o objetivo desse estudo?

Cristina Ravazzano – O objetivo desse estudo piloto é observar os sintomas característicos do primeiro estágio da doença para se chegar a medicamentos do “gênio epidêmico”. Para isso torna-se necessário conhecer como nossa população desenvolve sintomas quando infectada pelo vírus. A análise dos possíveis medicamentos para o segundo e terceiro estágios desta enfermidade ainda não é possível determinar porque obtivemos uma pequena casuística de pacientes que chegaram ao segundo estágio e, consequentemente, pudéssemos fazer uma análise segura.

3) Como a Homeopatia pode ajudar os pacientes com covid-19?

Cristina Ravazzano – De acordo com a história do tratamento homeopático, em outras epidemias, mostrou exito na cura e na profilaxia.

4) Quais os medicamentos que podem ajudar nessa prevenção e como usá-los?

Cristina Ravazzano – O medicamento varia de acordo com a sintomatologia. Foi feita a comparação com a Matéria Médica homeopática dos seguintes medicamentos:

1. Arsenicum album
2. Bryonia alba
3. China officinalis
4. Chininum arsenicosum
5. Phosphorus

A escolha será baseada na sintomatologia de cada paciente e assim poderá ser prescrito um ou mais medicamentos, geralmente, separadamente. A potência será 30 CH e o modo de uso será de 5 gotas ou 5 glóbulos 1 x ao dia.

5) Como é a ação do medicamento homeopático no organismo e quais os efeitos em cada estágio da doença?

Gilvânia Martins – A ação dos homeopáticos é de restabelecer o equilíbrio e a dinâmica energética do organismo para que o mesmo expulse a doença. Na alopatia o remédio luta contra a doença. O antibiótico é dado para matar a bactéria. Toma-se um analgésico para parar a dor ou diminuir a febre. Um corticoide é receitado para diminuir a reação inflamatória. É uma luta de contrários. E nisso, o organismo se ressente porque as drogas o agridem também. Na homeopatia é por semelhança. O composto homeopático, por semelhança com o sintoma, vai ajudar o organismo a reequilibrar o corpo e expulsar a doença. Não há ainda estudos documentados dos efeitos em cada estágio da doença. Esses cinco medicamentos foram achados a partir dos sintomas mais frequentes apresentados e com atuação nos estágios leves das doenças ou na prevenção. Normalmente o que se pode fazer é aumentar as doses em estágios mais avançados, como numa pneumonia, que podemos indicar o Phosforo três vezes ao dia. Mas isso depende de avaliação e acompanhamento.

6) É necessária a prescrição médica para adquirir os medicamentos?

Cristina Ravazzano – O ideal seria com prescrição médica, mas em época de pandemia, onde temos mais urgência em prevenir e tratar, em especial os casos mais leves, acabam procurando o profissional farmacêutico homeopático nas farmácias de manipulação, o qual tem capacidade técnica para prescrever. Além de dentistas que tenham formação homeopática.

7) Qualquer pessoa pode tomar os medicamentos? Existem contraindicações?

Cristina Ravazzano – Não existem contraindicações, inclusive gestantes e crianças podem usar tranquilamente.

8) Onde é possível adquirir estes medicamentos neste período de pandemia?
Cristina Ravazzano – Nas farmácias de manipulação que manipulam homeopatia.

9) Há ainda na sociedade muito preconceito com remédios homeopáticos, inclusive de muitos médicos e farmacêuticos, que costumam dizer que se trata de placebos sem efeitos concretos. Como a senhora analisa esse posicionamento?

Gilvânia Martins – Como já dito lá no início, a Homeopatia tem 220 anos e desde 1980 é reconhecida como especialidade médica no Brasil, ou seja 40 anos. Mesmo assim ainda há muitos colegas que não acreditam, não recomendam e nem podem atestar os efeitos. Há muito desconhecimento. Não há uma disciplina sobre a questão nos currículos das faculdades de Medicina. Na década de 80 do século passado houve uma luta neste sentido na Faculdade de Medicina da UFBA e o máximo que se conseguiu na época foi que a Biblioteca assinasse uma revista homeopática. Nossa medicina ocidental está muito regida pelos conceitos da alopatia. Junta-se a isso a pressão e a força dos grandes laboratórios fármacos para que não se mude a cultura do remédio e nem haja um aprofundamento da homeopatia como parte importante da medicina, ampliando seu conceito. Quem usa e se abre para o tratamento percebe que funciona e que não é verdadeiro o mito de que a homeopatia traz resultados lentos. Na India, por exemplo, já há estudos comprovando que sua utilização em epidemias traz resultados, um país com 1,3 bilhão de habitantes e com a população vivendo em situação muito difícil.

10) Há outros remédios homeopáticos que também podem ser utilizados na prevenção e tratamento de covid?

Além dos cinco medicamentos já citados por Cristina, eu acrescentaria mais dois. Temos prescrevido Camphora 1M, que vem sendo largamente usado em outras epidemias, como profilático. E também a Justicya 30 CH, que atua no tratamento da perda do olfato e do paladar.

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