Boletim Eletrônico nº. 1277 – Salvador, 13 de abril de 2016
Sindsefaz condena ataques preconceituosos contra a presidente Dilma
A sociedade admitiu, há séculos, a cultura do machismo em suas relações. Fruto de um mito da “superioridade” do homem, a misoginia (desprezo às mulheres) passou a ser algo considerado normal em muitas comunidades. Através de apelidos, formas de tratamento, adjetivações etc, em várias facetas se observa o discurso da diminuição da mulher.
Ao longo do tempo, esse normal foi se consolidando e impondo preconceitos que deram espaço ao sexismo e sua forma mais cruel, o feminicídio. Apesar das várias conquistas das mulheres ao longo do último século, o patriarcado consolidado ainda não permitiu livrarmo-nos das barreiras que impedem o fim das agressões de gênero.
O tratamento reservado à presidenta Dilma ao longo dos últimos meses, nas manifestações de rua e redes sociais, e, pasme-se, até na imprensa, demonstram que o conceito misógino está entranhado em nossa sociedade. Já é condenável – e passível de reparação moral – cidadãos desprovidos de educação e autodomínio utilizarem posturas misóginas em suas intervenções. Mas quando um veículo de comunicação, como a revista IstoÉ, se refere a ela como “desequilibrada e histérica”, comprova-se o quanto o limite foi mandado às favas na luta da mídia em favor do impeachment.
O Sindsefaz – e acreditamos o conjunto dos fazendários – condena a misoginia contra a presidenta Dilma. Se a mandatária da nação é alvo de tratamento tão desrespeitoso (vaca, vagabunda, maluca ou desequilibrada e histérica, como se referiu matéria de capa da IstoÉ), imagine-se o que não se reserva às mulheres em geral neste país onde assassinatos provocados por questões de gênero ainda são tão comuns, colocando o Brasil entre os cinco países do mundo com maior índice de violência contra a mulher.
A onda de ódio que viralizou pelas redes sociais e que vai às ruas se esconder por trás de protestos contra a corrupção tem raízes na falta de protesto e de denúncia da sociedade às manifestações preconceituosas. Assim como a homofobia, a xenofobia e o racismo, a misoginia vem sendo manifestada livremente nos últimos tempos, levando-nos a uma condição de atraso moral e ausência de cidadania.
O Sindsefaz é contra a misoginia. É contra qualquer forma de preconceito.
Sindsefaz,
Avançar na Luta