Boletim Eletrônico nº. 1438 – Salvador, 10 de janeiro de 2017
Servidores públicos vão ao Bonfim exigir fim do congelamento salarial
Sindicatos de funcionários públicos do Estado, convocados pela Fetrab (Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia), estarão mobilizados nesta quinta (12), na tradicional Lavagem do Bonfim, para protestar contra o congelamento salarial praticado pelo governo. As entidades exigem negociação com o governador Rui Costa, após seu anúncio de que, a exemplo de 2016, este ano não haverá reajuste nos salários dos servidores estaduais. A concentração será a partir das 8h, na igreja da Conceição da Praia.
A queixa cresce entre os servidores com o agravamento da crise econômica e com a perda do poder de compra dos salários, uma vez que os aumentos nos preços de produtos e serviços não param. Agora mesmo o prefeito de Salvador anunciou uma majoração de 9,09% nas tarifas de ônibus da cidade, sem falar no reajuste anunciando pelo governo federal para os combustíveis, que deve ocorrer nos próximos dias, o que impacta toda a cadeia produtiva e de preços no mercado.
Há quatro anos a política salarial do governo estadual vem causando perdas aos servidores, que passaram de 26% em dezembro passado. Começou com a aplicação de reajustes parcelados entre 2013 e 2015, acentuando-se com o reajuste zero em 2016, que, como anunciou Rui Costa, se repetirá em 2017. Com isso, os ganhos conquistados nos primeiros seis anos de governo Wagner – e que ajudaram a repor parte das perdas históricas – estão sendo perdidos.
Os sindicatos de servidores públicos compreendem que a grave situação econômica impacta negativamente as contas estaduais. O Sindsefaz, cujos filiados são responsáveis pela arrecadação do Estado, bem sabe disso. Porém, sabe também que a falta de planejamento e de prioridades por parte do governo vêm promovendo perda de receitas e impondo ao servidor público o ônus da crise.
Com salários congelados e perda de renda, é impossível para o funcionário público desempenhar bem o seu papel. E este ciclo negativo termina chegando na ponta, na população mais carente, que depende dos serviços públicos. No Bonfim, as entidades levarão mais uma vez seus materiais de propaganda para denunciar o arrocho salarial e aproveitar a presença das autoridades do estado para sensibilizá-las a negociar com o funcionalismo.
Não adianta o governador querer aplausos porque paga o salário em dia, como recentemente insinuou, porque, pagar salário em dia é obrigação de todo patrão, seja ele público ou privado. Uma gestão séria e que se argumenta progressista deve chamar seus colaboradores e debater os problemas, encontrando saídas que garantam o bem estar de seus empregados e a qualidade do serviço que deve prestar ao povo.
Sindsefaz,
Avançar na Luta