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Bancos querem dar aumento abaixo da inflação, diz Sindicato dos Bancários

13/10/15 – Bahia Econômica
Bancos querem dar aumento abaixo da inflação, diz Sindicato dos Bancários

Em entrevista ao Bahia Econômica, o  Presidente do Sindicato dos Bancários na Bahia, Augusto Vasconcelos, disse que não há perspectiva para o final da greve dos bancários, pois as negociações foram interrompidas pelos bancos desde 25 de setembro.

Vasconcelos disse que os trabalhadores estão revoltados com a proposta dos bancos, que, segundo ele, não repõe se quer a inflação. Para se ter uma ideia, o IPCA atingiu 9,88% nos últimos meses e a proposta de reajuste que nós recebemos é de apenas 5,5%”, disse o sindicalista e afirmou que  os bancos querem encerrar o ciclo de aumentos reais acima da inflação, obtidos pelos bancários nos últimos 12 anos.

Vasconcelos afirmou ainda que  todos os transtornos causados à população é culpa exclusiva dos bancos, setor mais poderoso da economia e que não está disposto a negociar.

B.E – A greve está causando sérios transtornos à população, dentre eles a impossibilidade de pagar contas. Qual a expectativa para encerramento dessa paralisação? 

A.V – A responsabilidade de todos os transtornos é exclusivamente dos bancos, setor mais poderoso da economia. Não estamos pedindo apenas um reajuste salarial, e sim diversos itens que também beneficiam a população, como mais investimentos em segurança, redução de juros e tarifas … Estamos abertos para a retomada negociações, só não vamos aceitar a proposta ridícula da FENABAN. 

B. E – A categoria acredita que está havendo insensibilidade por parte do sindicato patronal?

A.V – Sem dúvidas, estamos revoltados com a proposta, que não repõe se quer a inflação. Para se ter uma ideia, o IPCA atingiu 9,88% nos últimos meses e a proposta de reajuste que nós recebemos é de apenas 5,5%. Os bancos querem encerrar o ciclo de aumentos reais acima da inflação, obtidos pelos bancários nos últimos 12 anos.

B.E – Esse processo se repete todos os anos com a categoria pedindo um reajuste bem acima da inflação e os bancos oferecendo apenas um baixo percentual. Você acredita que fazer greve seja a melhor forma de negociação?

A.V – Estamos há cerca de dois meses tentando uma negociação, antes da greve foram 204 manifestações apenas em Salvador. Com isso, nada justifica a postura adotada pela FENABAN. Temos a certeza de que os patrões podem apresentar uma proposta compatível com o lucro do setor. Infelizmente é uma luta desigual, pois, o poder econômico dos bancos exerce forte influências em setores como político, judiciário e até midiático, nos restando apenas a mobilização. 

B.E – Argumenta-se também que o sindicato dos bancários incluir nas negociações algumas reivindicações que terminam por dificultar o reajuste salarial. Como o senhor vê isso?

A.V – Pelo contrário, todas as propostas apresentadas pelo sindicato foram aprovadas em assembleias que contaram com ampla participação da categoria, refletindo assim as insatisfações daqueles que trabalham no setor mais lucrativo da economia nacional.

B.E – Você acredita que os bancos irão viabilizar o reajuste solicitado em meio a esse período de crise econômica e demissões? 

A.V – Não há crise para o setor financeiro. Em 2014, os bancos lucraram R$ 60 bilhões e nos últimos dois anos, as tarifas bancárias foram reajustadas oito vezes acima da inflação, ou seja, a postura dos bancos reflete um descompromisso com a sociedade. Só essas tarifas já pagam toda a folha salarial e ainda sobra dinheiro 

B.E – Quais são as principais reivindicações da categoria? Já houve algum avanço nas negociações?

A.V – Não é apenas uma reivindicação por reajuste salarial e participação nos lucros, pedimos também benefícios como aumento dos investimentos em segurança, ampliação das contratações com a consequente diminuição de filas, fim das demissões, combate ao assédio moral, melhores condições de trabalho, redução de juros e taifas… Ainda não houve avanços, as negociações foram interrompidas pelos bancos desde 25/09, mas, nós estamos à disposição para resolver o impasse. 

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