22/07/2015 – A Tarde Online
Centro de Convenções terá R$ 13,2 milhões para reforma
Priscila Machado
Inaugurado no Jardim Armação há 36 anos, o Centro de Convenções da Bahia mudou o cenário do turismo local, que antes era sazonal, focado no verão e belezas naturais. Nesta quarta-feira, 22, o fechamento do prédio para reforma preocupa as grandes captadoras do trade turístico.
Segundo o secretário estadual de Turismo, Nelson Pelegrino, o prédio passará por uma obra emergencial e outra complementar e só deve ser reaberto no próximo ano. A obra emergencial iniciará em até 120 dias e deve durar cerca de dois meses.
Nesta etapa, orçada em R$ 4,2 milhões, dez vigas oxidadas serão substituídas – sete delas sobre o teto do auditório Iemanjá e três sobre o espaço Orlando – e as saídas de emergência serão recuperadas.
Os reparos complementares, no valor de R$ 9 milhões, estão sendo definidos, mas Pelegrino prevê reparos como climatização do 2º e do 3º andar e revisões hidráulica e elétrica.
“Pretendemos checar os tirantes que sustentam o forro do auditório Iemanjá, as escadas rolantes e elevadores e fazer uma intervenção estética, envelopando alguns ambientes para melhorar o visual”, contou o secretário. A intenção é usar os saguões do 2º e do 3º andar para abrigar feiras, pois não há previsão de reabertura para o pavilhão para este tipo de evento, interditado desde março. A obra complementar depende de liberação da Caixa Econômica Federal, diz Pelegrino.
Os planos de fuga e incêndio serão atualizados para evitar nova notificação da Secretaria de Urbanismo de Salvador (Sucom), que interditou o centro, em maio, por falta de projeto de segurança, além de manutenção predial e de equipamentos contra incêndio e pânico. “Contaremos com uma brigada de incêndio permanente. Faremos com que ele volte com plena segurança”, pontuou Pelegrino.
Os problemas são visíveis: armações de aço que decoram o prédio estão claramente corroídas, o teto tem infiltração e as escadas rolantes não funcionam, enquanto a saída de emergência do Teatro Iemanjá é escorada por madeira.
O espaço Orlando, que poderia ser utilizado como teatro, serve de depósito para estruturas de aço, vasos de sanitário, portas e cadeiras velhas amontoadas.
O local acumula fezes de pombos abrigados no teto. Coberta por panos manchados, a sala de administração, que sofreu incêndio, torna o 2º andar horroroso.
Baixa ocupação
Enquanto as obras não iniciam, a rede hoteleira de Salvador amarga a pior taxa de ocupação de junho dos últimos quatro anos, segundo José Manuel Garrido, presidente da seção baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih).
A ocupação nos 27 maiores hotéis de Salvador ficou em 43%. Ele atribui a queda a fatores como “superoferta de leitos, crise econômica e os problemas no Centro de Convenções”.