A Tarde Online – 01/09/2014
Estacionar está mais caro após suspensão de lei
Priscila Machado
Eduardo Martins | Ag. A TARDE
A desconformidade entre o número de vagas e o número de carros na cidade favorece o crescimento de um negócio extremamente rentável: os estacionamentos.
Desde que a Lei Municipal 8.055/2011, que estabelecia a cobrança fracionada e a tolerância de 15 minutos nesses espaços, foi suspensa, as empresas estão praticando preços e formas variadas de cobrança por um serviço, que às vezes deixa a desejar.
O cidadão nunca sabe como será cobrado ao estacionar o veículo. Segundo estimativa do coordenador da Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark), região Nordeste, Jorge Novaes, há cerca de 200 estabelecimentos deste ramo em Salvador.
A TARDE visitou 20 deles, na última terça e quarta-feira. Os preços nesses espaços variam entre R$ 5 e R$ 9,50, por hora, e são estabelecidos de acordo com a localização.
A hora mais cara é a do aeroporto, R$ 9,50. A hora subsequente custa R$ 5. A cobrança não é fracionada.
O estudante Joabe Santos, 21, conta que deixou de pagar R$ 9,50 por uma hora, só porque ultrapassou um minuto, enquanto aguardava na fila.
“É um absurdo! Paguei R$ 5 por um minuto de estacionamento [R$ 14,50 no total]”, afirmou.
A gerência da EWS Park, empresa administradora, diz que o valor está em conformidade com o aplicado no mercado, e é totalmente legal, já que não é mais obrigatório aplicar a hora fracionada.
Para estacionar no restaurante Coco Bahia, os clientes pagam uma taxa ainda maior, de R$ 12. O valor, entretanto, é único e dá direito à manobrista, mas se o serviço for dispensado, o preço permanece o mesmo.
Para a administradora Vanessa Dias, 32, que almoçou no espaço na última terça-feira, a cobrança é um abuso. “Pagamos uma conta alta pelo consumo e ainda temos que nos preocupar com o preço da vaga”, reclama.
Por volta de meio-dia, a rua do entorno fica cheia de veículos e não resta opção , senão deixar o carro em uma vaga particular.
O diretor do Coco Bahia, Gilmar Garcia, explica que terceirizou o estacionamento por uma questão financeira.
“Se nós não contratássemos uma prestadora de serviço, além de pagar o aluguel do terreno, teríamos que arcar com os eventuais danos aos veículos. A Natural Park tem contrato com uma seguradora. Por isso, é mais seguro para o cliente”, diz.
Além de cobrar caro pelas vagas, alguns estabelecimentos não informam claramente sobre as condições de cobrança, pedem ressarcimento em caso de perda de cartão e não toleram desistência.