23/02/15 – Bahia Econômica
Mercado prevê um crescimento ainda maior da inflação para 2015
Mercado prevê um crescimento ainda maior da inflação para 2015

A expectativa dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, divulgado pelo Boletim Focus, realizado pelo Banco Central, aumento de 7,27% na semana retrasada para 7,33% na última semana. Foi a sétima alta seguida na estimativa para a inflação de 2015. Se confirmada, a taxa de 7,33% será a maior desde 2004, quando ficou em 7,6% – ou seja, em 11 anos. Para 2016, a previsão do mercado ficou estável em 5,6%.
Com isso, a estimativa do mercado para o IPCA de 2015 segue acima do teto do sistema de metas do governo. A meta central de inflação para este ano e para 2016 é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. O teto do sistema de metas, portanto, é de 6,5%. Em 2014, a inflação ficou em 6,41%, o maior valor desde 2011.
No começo deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, ficou em 1,24% em janeiro, depois de avançar 0,78% em dezembro do ano passado. Essa foi a taxa mensal mais alta desde fevereiro de 2003, quando ficou em 1,57%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 7,14% – a maior desde setembro de 2011, quando o índice atingiu 7,31%.
Segundo analistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada. O governo, para reorganizar as contas públicas, informou que não fará mais repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) neste ano, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com isso, a alta da energia elétrica pode superar 40% em 2015.
Ao mesmo tempo, também anunciou o aumento da tributação sobre os combustíveis, o que pode gerar um aumento de mais de 8% na gasolina e de 6,5% no diesel nas próximas semanas. Com isso, os chamados “preços administrados”, segundo o próprio Banco Central, devem subir pelo menos 9,3% em 2015, o maior aumento desde 2004 – quando avançaram 9,77%. O peso dos preços administrados no IPCA é de cerca de 25%.