Salvador tem o 3º pior crescimento do país, diz estudo da FIPE
O prefeito de Salvador, ACM Neto tomou conhecimento na semana passada do documento “Relatório de Caracterização Atual”, que representa a conclusão dos Estudos Básicos sobre a cidade realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O documento afirma que, entre 1999 e 2012, enquanto o interior da Bahia (todo o estado com exceção da RMS) cresceu a uma taxa anual real média de 4,8%, Salvador teve desempenho bastante inferior, da ordem de 1,6%.
Segundo o estudo, quando a capital baiana é comparada a outras capitais brasileiras, o fraco desempenho soteropolitano se torna ainda mais evidente, apresentando o terceiro pior crescimento do país. Fortaleza e Recife, cidades que dividem com Salvador o papel de protagonismo na região nordeste, cresceram, respectivamente, a taxas anuais de 3,5% e 3,1%.
Segundo o estudo, entre os fatores que delinearam o mau desempenho econômico de Salvador, está a não participação do boom internacional de commodities (tanto agrícolas como minerais), que foi um dos principais motores do crescimento brasileiro e do interior da Bahia.
O outro aspecto seria o fato da RMS ter se desenvolvido, fundamentalmente, com viés na produção de bens intermediários (em particular no setor petroquímico) limita os potenciais multiplicadores regionais associados às atividades industriais lá presentes.
Por fim, os setores de serviços de maior valor agregado e de alta gestão empresarial tenderiam a se concentrar mais do que proporcionalmente em alguns municípios para aproveitar ganhos mútuos e Salvador parece ter dificuldades para se encaixar nesse processo como uma cidade atratora dessas atividades.
O documento evidencia outros obstáculos já conhecidos como o baixo nível de escolaridade da população soteropolitana e a baixa qualificação da mão de obra soteropolitana, além da segurança pública, pois os indicadores de homicídio evidenciam que Salvador é uma cidade insegura, sendo a quinta capital com pior desempenho no país. O documento termina suas conclusões com uma série de propostas de cunho generalista, sem propor ações efetivas.