Bahia Econômica – 29/07/2014
Mercadinhos de bairro resistem às grandes redes de supermercados
O crescimento de Salvador, seja em sua população ou nos setores da economia, tem se mostrado perceptível pelos moradores, a cada ano que passa, e influencia novos comportamentos de consumo do habitante baiano. Nesse cenário, em que o tempo é limitado, e os percursos se alongam por conta do trânsito, criou-se um espaço para que os famosos mercadinhos de bairro pudessem resistir às grandes redes do varejo, oferecendo aos clientes a comodidade das compras pequenas e pontuais, além da proximidade de casa.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Cidade de Salvador (Sindalimentos), Antônio Pithon, esse crescimento tem se acentuado nos últimos cinco anos, ocasionando um aumento de pelo menos 30% no número médio desses estabelecimentos. “O crescimento da população, a ocupação de novos bairros, além da comodidade, tem feito com que esse pequeno comércio varejista se multiplicasse pela capital, oferecendo aos moradores novas opções de compras”, explicou Pithon.
Estão registrados pelo Sindalimentos, cerca de 600 mercados dessa categoria, porém, estima-se que atualmente funcionam mais de 2.000 estabelecimentos do tipo espalhados por Salvador e pela região metropolitana. A maior parte dos mercadinhos está concentrada nos bairros mais populosos da capital, e onde as grandes redes varejistas como o Walmart (que detém o Bompreço), e a Cencosud (que administra o GBarbosa) têm uma presença irrelevante, ou mesmo não existem nessas vizinhanças. Regiões como a Liberdade, Cajazeiras, Cabula, Brotas e Pernambués são as localidades onde se acham os pequenos mercados com mais facilidade.
O presidente do sindicato ainda explica que as mudanças no trânsito da cidade têm contribuído para esse crescimento. “Hoje em dia, perde-se muito tempo se deslocando de um lugar para outro. Assim, muitas pessoas preferem fazer compras pontuais próximas de casa, optando por um mercadinho, ao invés de um hipermercado, que está mais longe”, argumentou.
A teoria de Antônio Pithon se mostra verdadeira, principalmente nos bairros mais populosos, e de classe média baixa, onde a maior parte dos moradores não tem carro particular e dependem do transporte público para se deslocar.
Contudo, as aquisições no mercadinho costumam sair mais caras ao final do mês. Enquanto 1kg de arroz Tio João custa em média entre R$ 3,15 e R$ 3,50 nos pequenos comércio, o mesmo produto é vendido por R$, 3,10 em um hipermercado. (TB)