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Boletim Eletrônico nº. 1115 – Salvador, 10 de agosto de 2015

Em conferência, Ciro Gomes fala de economia e critica golpe contra a presidenta Dilma

Coube ao ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, o papel de conferencista no encerramento da VI Plenafisco e VI Conafisco Extraordinário. Sua palestra aconteceu na noite da quinta-feira (06). Ele agradeceu o convite e, como é do seu feitio, foi duro com a elite brasileira, com os políticos e se referiu a Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, como um “bandido” e uma lástima para o legislativo.

Ex-ministro da Fazenda no final do governo Itamar Franco, Ciro Gomes fez uma longa explanação sobre a economia mundial e como esta interfere no Brasil. Ele iniciou sua fala retornando às causas da crise de 2008, que identificou como sendo o momento da derrocada do mito neoliberal que, segundo ele, se aproveitou da hipertrofia e distorções do estado para se apresentar como solução mágica.

Segundo Ciro, a intenção dos neoliberais era apresentar, ao cidadão insatisfeito com a péssima qualidade dos serviços públicos, o estado como falido e incapaz de atender as suas demandas. Após a desmoralização dos agentes públicos, o estado mínimo foi apresentado como solução, enquanto que o “mercado” é que era capaz de cuidar de várias demandas da população. “A crise no sistema financeiro  dos EUA jogou por terra o mito neoliberal”, disse ele.

O ex-governador do Ceará lembrou que esta crise de 2008 teve forte impacto em todo o mundo, porque atingiu as economias dos EUA e da Europa, que eram os compradores e fragilizou os países vendedores, como a China, grande destino das exportações primárias brasileiras. De lá para cá, com a decisão protecionista de todos as nações, o déficit nas transações correntes do Brasil aumentou muito, atingindo US$ 82 bilhões em 2014 e uma previsão de US$ 90 bilhões em 2015.

Saída

Para Ciro Gomes, o Banco Central erra com a política de juros altos como instrumento de combate à inflação, porque o que mais impacta hoje a alta do IPCA são os preços administrados. Ele citou a energia, a gasolina e a água como motores da escala inflacionária e sobre estes preços a taxa selic não tem influência. Ele disse que o país precisa urgentemente resolver o problema previdenciário, que possui um déficit anual de R$ 60 bilhões e é insustentável, bem como aumentar a formação de capital bruto, que é baixo no Brasil – na faixa de 13% do PIB contra 43% da China e 36% da Europa – e está caindo, uma vez que alcançou 17% no governo Lula.

O ex-ministro da Fazenda pregou ainda a necessidade de melhorar a educação no Brasil para que possamos atingir um patamar de excelência em termos de tecnologia, a fim de diminuir a sangria de US$ 14 bilhões anuais que pagamos em royalties. Ele fez uma comparação com a Coreia do Sul. Após a 2ª Guerra o país asiático era pobre e estava praticamente destruído. Hoje, possui cinco marcas mundiais de automóveis, detendo 13% do mercado norte-americano e seis de eletroeletrônicos. Isso só foi possível graças à aposta na educação.

Política

Mesmo dizendo que não queria falar muito de política, provocado, ele não deixou de abordar a questão. Segundo Ciro, quando fala deste assunto ele alimenta a fama de “polêmico”. Por isso anda recluso. “Antes eu esculhambava os inimigos, agora evito falar para não xingar meus amigos”, disse, arrancando risos da plateia.  

ParaCiro Gomes, o legislativo brasileiro está sendo comandado por um picareta, se referindo a Eduardo Cunha. Disse ainda que a presidenta Dilma entregou a articulação política a gatunos e a economia aos banqueiros. Falou que é preciso que a petista se reconcilie com os trabalhadores, que foi quem a elegeu, porque está sendo articulado um golpe contra seu governo e só os movimentos sociais poderão ajudá-la a derrotar os golpistas.

“Impeachment não é remédio para governo ruim”, afirmou. Para ele, este é um recurso extremo que só aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor porque este cometeu um erro infantil quando sequestrou a poupança, unindo todos os descontentes, que iam desde os bancos (guardador do dinheiro) e os trabalhadores, vítimas do saque promovido por seu governo.

Ao final da conferência, o ex-ministro e ex-governador respondeu a perguntas de alguns servidores fiscais.

O presidente da Fenafisco, Manoel Isidro, agradeceu sua presença e fez um pronunciamento final de encerramento da VI Plenafisco e VI Conafisco Extraordinário. Ele agradeceu a todos os sindicatos, funcionários e diretores da entidade e do Sindsefaz pelo empenho, o que permitiu a realização de um inesquecível evento. 

 

Fonte: Fenafisco

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