Boletim 1616 – Salvador, 16 de novembro de 2017
Na próxima segunda (20), acontece em Salvador a 38ª Marcha da Consciência Negra Zumbi dos Palmares. A caminhada, que sai do Campo Grande até a Praça da Sé, às 14h, é promovida pelos movimentos que lutam contra o preconceito racial (Fórum Conen Bahia).
A Marcha Zumbi, como é mais conhecida, é realizada todos os anos para comemorar a passagem do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Este ano, o movimento homenageia o revolucionário Carlos Marighella, baiano, negro, que foi morto pela ditadura militar em novembro de 1969.
Lamentavelmente, ainda temos muito o que avançar em termos de igualdade racial. Ainda semana passada, um estudo da ONG Oxfam foi divulgado dando conta que no Brasil, o trabalhador negro tem renda equivalente a 50% da renda do trabalhador branco.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, os negros e pardos representavam 54% da população brasileira, mas sua participação no grupo dos 10% mais pobres era muito maior: 75%. No grupo do 1% mais rico da população, a porcentagem de negros e pardos é de apenas 17,8%.
Quando se fala de educação, não é diferente. No mesmo ano de 2015, 53,2% dos estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos de idade cursavam níveis de ensino anteriores ao superior, como o fundamental e o médio, enquanto apenas 29,1% dos estudantes brancos estavam nessa mesma situação.
São números que mostram que ainda há muito a se avançar para que possamos vencer a desigualdade racial. E que explicam porque são necessárias políticas reparatórias que acelerem a diminuição do imenso fosso ainda existente entre negros e brancos no país.
Por isso, movimentos como a Marcha Zumbi são tão importantes, tanto para cumprir papel de denunciar o problema, como para conscientizar as autoridades e cobrar dos governos políticas públicas e ações afirmativas nesse campo.
Sindsefaz,
Avançar na Luta